JUDICIÁRIO NA GUERRA ELEITORAL

Judiciário na guerra eleitoral

Correio Braziliense

02 out 2018

Os últimos dias de campanha eleitoral apontam para o ativismo do Poder Judiciário, sem precedentes. No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski enfrentou o vice-presidente da Corte, Luiz Fux, e reforçou a liberação de entrevista de Lula à Folha de S.Paulo. Mal Lewandowski anunciou sua decisão, o juiz Sérgio Moro, do Paraná, levantou o sigilo de parte da delação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci na qual o leque de acusações ao PT é farto.

Nesse clima, o presidente do STF, Dias Toffoli, vê escoar por entre os dedos o plano de pacificar a Suprema Corte. Ontem, em São Paulo, ele e Lewandowski tiveram uma conversa nada amigável, quando o presidente relatou seu plano de levar o caso da entrevista a plenário. Como chefe supremo do Poder Judiciário, Toffoli se preparava para ocupar o lugar de pacificador após as eleições. Antes, porém, ele terá de acalmar os ânimos no próprio STF. Começou, na noite de ontem, reafirmando sua autoridade e cassando, de próprio punho, a liminar de Lewandowski. Nos bastidores, há quem diga que não poderia ter outra atitude, diante das cobranças do colega. O Judiciário, que planejava atuar para pacificar o país no pós-eleitoral, agora entrou na guerra das paixões eleitorais, tão dividido quando os partidos e os eleitores. Ou Toffoli acalma os ânimos por ali ou perderá o papel de pacificador.

Inserido de <http://www.cbdigital.com.br/correiobraziliense/02/10/2018/p4>

Não há Notícias Cadastradas!